sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Histórias de Vida

Vida simples, vida alegre

    Meu nome é Jaqueline, tenho 14 anos. Minha mãe, Suzana, nasceu no Paraná e com cinco anos veio para Rondônia. Morou na cidade de Ji-Paraná e cursou até a sétima série, com quinze anos teve que parar de estudar para morar no sítio, trabalhou muito na roça. Lá conheceu um rapaz, chamado Irineu, que a pediu em namoro, eles eram vizinhos. Com 19 anos mamãe se casou, logo depois de dois anos, ela teve seu primeiro filho, Guilherme, e cinco anos mais tarde, eu nasci.
   Eu era uma fofura, linda, parecia uma boneca, mal parava nos braços de minha mãe, de tanto que as pessoas queriam me pegar. Comecei a andar com 11 meses, mamei no peito até um ano, já era um pouco sapequinha, meu irmão e eu de vez em quando aprontávamos e, algumas vezes, apanhávamos também.
   Em torno de três anos e meio, meu pai faleceu de hepatite, nesse período quem consolava minha mãe era meu irmão que tinha apenas oito anos. Eu era muito novinha, nem sabia direito o que estava acontecendo, nem me lembro do rosto do meu pai. Com a morte dele, minha mãe ia para o trabalho sozinha, de moto.
   Minha mãe caiu muitos tombos de moto nessas idas e vindas da escola onde ela trabalhava, às vezes a moto estragava e ela tinha que levá-la na oficina para arrumar, e foi nessa oficina que ela conheceu o Ari, eles começaram a namorar e depois de algum tempo se casaram.
   Foi tão legal, quando o Ari começou a morar junto com a gente, nos divertíamos muito, ele ajudava a minha mãe, cuidava de mim e do Guilherme. Foi e continua sendo um pai pra mim.
   Durante o tempo que eu não estudava, Guilherme e eu brincávamos bastante, de bola, esconde-esconde, pega-pega, de subir em árvores, principalmente nos pés de manga e de seriguela. Quando íamos ao pé de seriguela, às vezes comíamos as folhas, era gostoso comê-las, tinha o mesmo gosto dos frutos. Na maioria das vezes que brincávamos juntos, brigávamos por coisas inúteis, brigas de irmão, um dizia que o outro estava trapaceando, que não sabia perder, etc. A mamãe brigava conosco sempre que fazíamos isso.
   Comecei a estudar com sete anos, na escola Irineu Antônio Dresch, foi tão legal! Conheci novos amigos e, na hora do recreio brincávamos de pega-pega, pique no alto, conversávamos sobre várias coisas...
   Quando chegava em casa, contava as horas para ir à escola novamente, em casa eu tinha que me divertir sozinha, pois meu irmão estudava à tarde e eu de manhã, jogava bola sozinha, desenhava, entre outras coisas, me sentia solitária.
   Em 2007 minha mãe se casou com o Ari, eles já moravam juntos, eu tinha nove anos e fui daminha de honra do casamento deles.
    Minha infância foi muito alegre e divertida, entre os sete e os dez anos fui daminha umas sete vezes, fui e sou uma aluna exemplar, gostava muito de jogar bola, apesar de não ser muito boa, gostava de escutar música e de sair. Aos sábados, à tarde, Guilherme e eu íamos à igreja estudar catequese, era legal. Já nos domingos íamos para a casa dos meus avós de criação, voltava pra casa cansada de tanto brincar com meus priminhos.
   Minha adolescência está sendo muito divertida, algumas coisas que eu gostava antes, hoje já não gosto mais, como jogar futebol, prefiro jogar vôlei, antes eu era um pouco sensível, agora se me provocam eu também provoco, sei ser educada, mas se for preciso sei ser brava. Detesto que me chamem por apelidos ou façam piadinhas de mal gosto a meu respeito, muitas pessoas não sabem, mas eu odeio que me chamem de pequenininha, nem que façam piadinhas por causa do meu tamanho, eu até dou risadas, mas não gosto, não gosto mesmo! Eu sou pequena, com muito orgulho, mas nem por isso gosto dos apelidos ou piadinhas que me fazem, odeio!
   Em casa, ajudo a minha mãe e, às vezes, penso em ser como ela, pois ela é uma pessoa que eu admiro muito, que batalhou muito para ter o que tem hoje. Estou me valorizando mais na hora de sair, gosto de ir a festas, ver os meus amigos, fazer as pessoas rirem...
   Com 13 anos, sofri um acidente de carro, estava indo para a catequese, lá no Capelaço, e peguei carona com meu tio, no caminho o carro perdeu o controle e subiu no barranco. O carro estava em alta velocidade e todos estavam sem cinto de segurança, mas graças a Deus nada de grave aconteceu, só eu que perdi um dente, mas estou fazendo tratamento para recuperá-lo. Quem estava no carro era meu tio, minha tia, a filha deles de um ano e meio e eu.
   Agradeço a DEUS pela vida simples e super alegre que tenho, aos colegas, amigos e à minha linda família.

J. F. C.

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